Em plena Vila, que me viu nascer, são interrogações que iluminam as minhas andanças na madrugada horrenda sem ter a luz das respostas que tanto anseio saber:
- Aonde estão as conchas que já não enfeitam as pedras das lindas praias?!
- Para onde foram os “francedjs” que já não espreitam as lavadeiras junto a fonte da preta, nem pairam no céu aberto da ribeira?!
- As baleias que já não encalham no Cascabulho?!
- Estarão as lagostas a brincarem nas profundezas do mar?!
- As tainhas que já não nadam na lagoa?! Digam-me o seu paradeiro que vou buscá-las.
- As figueiras parideiras e sombreadores que deu-nos de comer?!
- Os coqueiros que tapavam o sol escaldante, que fizeram deles?!
Um mar de perguntas… - mar nha tistimunha.
- Quem silenciou o penoso que rogava por nós?!
- Quem levou as dunas que resistiam o mar?!
- Os burros carregados rumo a monte, quem os desviaram?!
Minha ilha, minha eterna paixão!
- Quem te enfeitiçou? Quem te amaldiçoou?!
- A serenata que ninava as noites melancólicas, porque parou?!
- O sino da igreja Nossa Senhora da Luz, uma desafinação total, onde está o culpado?!
O grito do povo que não tem eco, quem abafou?!
Minha ilha, ilha minha…!
- Tiraram o sossego das gentes, catalogaram a tua humildade, hipotecaram a tua simplicidade.
- O teu sorriso?! Este já não tem a mesma elegância!
Contudo, és tu nha doce lar. Pois, até a noite me consola com as minhas interrogações. Liberta o vento dócil para enxugar as lágrimas caídas!
Edson Valdir Monteiro Alves.
evaldir_alves@hotmail.com
Gostei, muito mesmo Colega. Que saudades e entendo o seu grito de Saudade.
ResponderEliminarJailson
Lindo poema! Gostei imenso, força aí broda!
ResponderEliminarAdorei o poema Edson, doí pensar k tudo isso se perdeu...!!!ou sera o vento k levou?
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