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terça-feira, 20 de outubro de 2009

A música que “não” quero cantar - Djarmai d’outrora



Pelas ruas desta Ilha ando soluçando, tremendo minhas entranhas na dor que me cativa, pela solidão que me ampara.


Em plena Vila, que me viu nascer, são interrogações que iluminam as minhas andanças na madrugada horrenda sem ter a luz das respostas que tanto anseio saber:

- Aonde estão as conchas que já não enfeitam as pedras das lindas praias?!

- Para onde foram os “francedjs” que já não espreitam as lavadeiras junto a fonte da preta, nem pairam no céu aberto da ribeira?!

- As baleias que já não encalham no Cascabulho?!

- Estarão as lagostas a brincarem nas profundezas do mar?!

- As tainhas que já não nadam na lagoa?! Digam-me o seu paradeiro que vou buscá-las.

- As figueiras parideiras e sombreadores que deu-nos de comer?!

- Os coqueiros que tapavam o sol escaldante, que fizeram deles?!

Um mar de perguntas… - mar nha tistimunha.

- Quem silenciou o penoso que rogava por nós?!

- Quem levou as dunas que resistiam o mar?!

- Os burros carregados rumo a monte, quem os desviaram?!

Minha ilha, minha eterna paixão!

- Quem te enfeitiçou? Quem te amaldiçoou?!

- A serenata que ninava as noites melancólicas, porque parou?!

- O sino da igreja Nossa Senhora da Luz, uma desafinação total, onde está o culpado?!

O grito do povo que não tem eco, quem abafou?!

Minha ilha, ilha minha…!

- Tiraram o sossego das gentes, catalogaram a tua humildade, hipotecaram a tua simplicidade.

- O teu sorriso?! Este já não tem a mesma elegância!

Contudo, és tu nha doce lar. Pois, até a noite me consola com as minhas interrogações. Liberta o vento dócil para enxugar as lágrimas caídas!



Edson Valdir Monteiro Alves.

evaldir_alves@hotmail.com

3 comentários:

  1. Gostei, muito mesmo Colega. Que saudades e entendo o seu grito de Saudade.
    Jailson

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  2. Lindo poema! Gostei imenso, força aí broda!

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  3. Adorei o poema Edson, doí pensar k tudo isso se perdeu...!!!ou sera o vento k levou?

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