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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Uma voz cada vez mais expressiva e inevitavelmente mais ouvida



Foi no dia 14 de Setembro, uma semana depois das festas do município maense, talvez numa tentativa obstinada de despenhar a agonia de viver “8 de Setembro” longe de Djarmai, talvez motivado pela vontade de espalhar o meu sentimento de amotinação pela situação da minha ilha, talvez alvitrado pela nossa santa padroeira ou se calhar por um misto de tudo isto, que nasceu “Voz di Djarmai”.


Uma voz que há muito altercava dentro de mim, na ânsia de se libertar e, do alto do monte penoso, gritar bem alto um grito de sublevação para dizer ao mundo – Sim, existo! -, um grito de insurreição para dizer “aos seus donos” – Não, Basta! -, e acima de tudo, um grito de intimação para dizer aos seus filhos – Gritem! Gritem por mim!

O mais extemporâneo dos filhos encetou um atado e desvelado grito, talvez na ânsia de granjear atenção. Suavemente foram surgindo gritos numa toada deleitosa e sublime, dissimulada por preceitos melódicos. Nascia um novo Poeta.

Foram se multiplicando os gritos e os tribunos. Foram surgindo mais e mais audientes que, ganhando audácia foram soltando, cada um á sua maneira, o seu grito. Numa peleja que aparentava destinada aos barões, eis que surgiu a primeira baronesa. Destemida, decidida e melindrosa foi soltando gritos de insurreição, que muitas vezes soava melopeia, convocando os seus conterrâneos.

Tanto atrupido, carregando tonel de gritos revoltosos, impelido por turbas de insaciados discípulos, esfaimados de justiça, perturbou “os donos” que, embora tenham submergido as cabeças e entupido os ouvidos, já não consegue esconder as suas inquietações.

O mundo, este que nunca entorpece, aos poucos vai abrindo as vendas.

Há um ano Voz di Djarmai nasceu para soltar os seus gritos. E os seus acudiram juntando os seus gritos, distintos gritos, mas gritos afins, motivados pelo anelo de, no final, gritar, num só grito, - conseguimos! Djarmai conseguiu! – Mas, falta o mais importante dos gritos. Falta o seu grito. Porque o próximo grito será sempre o mais importantes e o próximo tribuno sempre o mais relevante, solte o seu grito que Djarmai retorquirá gritando, gritando e vencendo!

Porque Djarmai é meu, é teu, Djarmai é de nosso ! Porque Djarmai sou eu, és tu, Djarmai somos (todos) nós!

Samir Agues da Cruz Silva

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