Diz-nos Manuel Jorge Ribeiro, presidente da Câmara da ilha do Maio, que há já diversos projectos turísticos e de imobiliária turística em carteira, tanto na zona de expansão da vila de Porto Inglês, como na ZDTI. A Sociedade para o Desenvolvimento Turístico das Ilhas da Boa Vista e Maio tem negociado investimentos que podem, a curto prazo, vir à luz do dia. Há mesmo já projectos anunciados – é o caso do Salina Resort. Espera-se que por todo o primeiro trimestre do próximo ano haja mais novidades
Porto Inglês, 9 Dezembro – Por volta das cinco da manhã, Porto Inglês acorda com o coro dos galos que, à compita, anunciam o novo dia. Depois, mal o lusco fusco matinal se desvanece, é ver esquadrões de galináceos a fazerem-se às ruas, antes mesmo que os humanos se decidam a calcorreá-las. É a ruralidade a manifestar-se numa ilha que ambiciona pelo aproveitamento das suas potencialidades que lhe auguram um desenvolvimento turístico notável.
A mansa praia de areia branca e águas limpas é convidativa: às primeiras horas, já alguns estrangeiros (sobretudo italianos e espanhóis) aproveitam para um refrigerador mergulho. E a salina, extenso tapete branco, mostra-se como ex-libris: é uma espécie de barrinha que, na maré alta, o mar invade renovando águas, recuando depois para que o sol cumpra o seu trabalho de fazer evaporar o lençol de água, deixando o extenso espaço pejado de um branco que encanta a vista. A actividade salineira quase dispensa aqui marnotos. E oferece o que foi, ao longo dos tempos, riqueza, quer pelo aproveitamento e exportação do sal, quer pela sua utilização para a curtimenta e para a salga de peixe. Será também, no futuro, um dos atractivos turísticos.
Diz-nos Manuel Jorge Ribeiro, presidente da Câmara da ilha do Maio, que há já diversos projectos turísticos e de imobiliária turística em carteira, tanto na zona de expansão da vila de Porto Inglês, como na ZDTI. A Sociedade para o Desenvolvimento Turístico das Ilhas da Boa Vista e Maio tem negociado investimentos que podem, a curto prazo, vir à luz do dia. Há mesmo já projectos anunciados – é o caso do Salina Resort. Espera-se que por todo o primeiro trimestre do próximo ano haja mais novidades.
Fundamental é que Maio deixe de ser a “ilha enteada” de Cabo Verde e o Governo assuma a sua obrigação de parceria (em vez de obstáculo) ao Poder Local, quando este não tem a mesma cor política de quem, pelo voto, está responsabilizado pela governação do País. Dizem-nos em Porto Inglês: “parece que o slogan da campanha eleitoral autárquica – vota PAICV para Maio avançar -, mais do que um apelo ao voto, era uma ameaça. Se não votarem em nós, não deixaremos que a ilha possa progredir”.
Confrontado com este diz-se-diz-se, Manuel Ribeiro atalha: “por nós, procuramos o entendimento com o Governo. Defendemos a convergência de esforços. Esta tem sido a política que temos seguido e iremos insistir nela”. Há os bloqueamentos conhecidos: a falta de ligações marítimas, os problemas com a ELECTRA, o desemprego – mais de 22 por cento de desempregados, na maioria jovens. Frentes de Trabalho, dessas o Poder Central “esqueceu-se” e a Câmara, só por si, não tem capacidade para custear. Dá o seu contributo para combater o desemprego, construindo de raiz um centro de formação profissional destinado em boa medida aos jovens. Mas para que trabalhadores formados tenham ocupação é necessário investimento. E investimento, tirando o turismo, é quase uma miragem se os entraves ao desenvolvimento não forem desbloqueados.
A ilha que, no passado (séculos XVII e XVIII), foi uma espécie de Tortuga do arquipélago de Cabo Verde, onde se acoitavam corsários que assaltavam os navios de Portugal e Espanha, não quer ser a “ilha enteada”. Tem potencialidades e capacidades. Reconheçam-lhe o direito ao desenvolvimento e não lhe criem dificuldades acrescidas. É o que os maienses nos dizem.
NR
Noticia publicada em http://liberal.sapo.cv
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